O efeito do ozônio na saúde humana em doses mais altas pode causar tosse, dor de cabeça, dor no peito, dificuldades respiratórias, vômitos e irritações na garganta e piorar condições de asma. Os níveis dos sintomas variam de acordo com as pessoas sendo que mesmo pessoas saudáveis podem apresentar problemas quando expostas ao ozônio.
Segundo a US EPA, para o uso do ozônio em larga escala, em primeiro lugar, deve-se sempre priorizar a segurança dos colaboradores envolvidos. Por isso se faz necessário a observação de normas e limites de exposição permitidos.
A exposição de pessoas ao ozônio acarreta problemas adversos à saúde, incluindo mortalidade e morbidade. Alguns estudos relatam efeitos nocivos do ozônio na saúde dos seres humanos.
Os efeitos do ozônio em humanos, estão mais intimamente relacionados à exposição diária cumulativa do que às concentrações máximas de uma hora.
Em humanos, o ozônio afeta o sistema respiratório, sistema cardiovascular e causa mortalidade. Estudos relatam que em humanos, o ozônio tem efeitos nos olhos, pele, sistema imunológico e causa danos no DNA. Vários estudos sobre o efeito do ozônio no sistema respiratório, foram realizados. Os resultados, mostraram que períodos de exposição prologado e altas concentrações de ozônio tem efeitos sobre funções pulmonares.
Em relação aos efeitos no sistema cardiovascular, conduziram um estudo com 603 homens em Boston. Foi realizado o monitoramento eletrocardiográfico, incluindo medição da variabilidade da frequência cardíaca (VFC). Os autores observaram uma redução de 11,5% da variabilidade da frequência cardíaca associada a exposição ao ozônio. Estudos revisaram a literatura disponível sobre impacto da exposição em curto prazo a poluentes atmosféricos no início da parada cardíaca fora do hospital e os resultados combinados confirmaram a associação positiva e significativa com exposição ao gás ozônio (RR=1,016, IC 95% 1.008-1.024). Veja a tabela abaixo onde são observados na exposição em diferentes níveis de concentração de ozônio:
SINTOMAS OBSERVADOS | NÍVEL DE CONCENTRAÇÃO |
ar de odor, pessoa normal | 0.005-0.02ppm |
Limite de exposição média máxima de 8 horas | 0.1ppm |
Irritação menor nos olhos, nariz e garganta, dor de cabeça, falta de ar | >0.1ppm |
Tosse, redução do consumo de oxigênio, irritação pulmonar, fadiga severa, dor torácica, tosse seca | 0,5-1,0ppm |
Dor de cabeça, irritação respiratória e possível coma | 1,0-10ppm |
Possibilidade de pneumonia grave em níveis mais altos de exposição | 10ppm |
Imediatamente perigoso para a vida e a saúde | 10-15ppm |
Letal para pequenos animais dentro de duas horas | >20ppm |
Efeito do ozônio na saúde humana: primeiros socorros
Neste ponto, são descritos procedimentos básicos que devem ser levados a cabo pelos trabalhadores no caso da ocorrência de emergências e acidentes nas dependências do local de aplicação do gás ozônio. Para auxiliar nos primeiros socorros, torna-se importante o conhecimento das noções básicas de primeiros socorros. Tais conhecimentos, ajudam na escolha de melhores ações interventivas no caso de ocorrência dos acidentes de trabalho.
O ato de socorro às vítimas é uma obrigação moral, e sua omissão é caracterizada como crime, previsto no código penal brasileiro. Uma pessoa que presencie um acidente deve prestar socorro às vítimas, seja por habilidade própria, seja pela mobilização de agentes especializados (caso ela não se sinta apta a prestar os primeiros socorros).
A palavra “Primeiro Socorro” significa atendimento imediato e provisório, prestado a uma pessoa vítima de um acidente ou de um mal súbito, geralmente prestado no local do acidente, enquanto o paciente não pode ser encaminhado para um tratamento médico especializado e definitivo. Quando aplicados com eficiência, os primeiros socorros significam a diferença entre: a vida e a morte, a recuperação rápida e a hospitalização longa ou, a invalidez temporária e a invalidez permanente. Contudo, para isso, se torna importante a reação rápida, porém sem precipitação, mantendo‐se a calma e evitando‐se o pânico. Deve‐se procurar organizar as competências e habilidades das demais pessoas ao redor para que não ocorra confusão.
Intoxicações agudas pelas vias respiratórias com gás ozônio
Caso a vítima tenha inalado acidentalmente o gás ozônio, deverá ser imediatamente direcionada ao setor de saúde para avaliar necessidade de inalação de oxigênio ou administração de drogas broncodilatadoras e antioxidantes como vitamina C.
Dosagens seguras de ozônio em ambientes
Nos Estados Unidos, os geradores de ozônio começaram a sofrer grande pressão da opinião pública americana após os principais órgãos reguladores publicarem normas e leis que regulamentam as quantidades de horas máximas permitidas a certas concentrações do gás em ambiente de trabalho. O próprio EPA através do CRF – Code of Federal Regulaitions Title 21 permite a exposição máxima de 0,05ppm (partes por milhão do gás). O OSHA (Ocoppational Safety and Health Administration) do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, permite exposição máxima de 0,1ppm (partes por milhão) de ozônio em ambientes de trabalho de 8 horas diárias.
No Brasil, o Ministério do Trabalho através da Norma Regulamentadora (NR 15) indica no Anexo 11 a exposição mínima de 0,08ppm (partes por milhão) para jornadas de trabalho de 8 horas por semana. O risco está associado principalmente a instalação, treinamento e sinalização escolhida pela empresa e pode ser evitado se for bem planejado.
A concentração de ozônio produzida por um ozonizador depende de muitos fatores:
- tamanho da área que será utilizada;
- capacidade do equipamento;
- se existe portas abertas ou se existem no local;
- materiais que reagem com o ozônio.
Por isso os medidores e sensores de ozônio são fundamentais para assegurar a qualidade dos ambientes de trabalho. No entanto em áreas desocupadas, sem a presença de pessoas, o ozônio utilizado em níveis elevados é um excelente sanitizante, agindo sobre microrganismos e gases voláteis além de controlar odores agindo diretamente em sua fonte.
O EPA, OSHA, ANVISA e MAPA não se opõe à utilização do gás ozônio em ambientes fechados desde que esteja completamente inabitados e garanta a segurança dos operadores. Recomenda-se instalação de sensores e exautores para garantir a segurança de pessoas no ambiente de trabalho.
Vivaldo Mason Filho é Administrador de Empresas e Especialista em Análise de Sistemas pela PUCCAMP, Especialista e Mestre em Engenharia pela USP. Empresário e especialista na implantação de ozônio para indústrias de alimentos. Atuou por 11 anos como Professor nos cursos de graduação e pós-graduação de Administração, Comércio Exterior e Engenharia de Produção. É atual vice-presidente da Associação Brasileira de Ozônio – ABRAOZÔNIO.