Uso de ozônio em sistemas de depuração de ostras
Ano: 2013
Tipo de Trabalho: Programa de Pós-Graduação em Produção Animal
Centro de Pesquisa: Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA
Orientador: -
Autor: Lucas de Oliveira Soares REBOUÇAS* & Alex Augusto GONÇALVES
Área de Atuação: Produção de alimentos de origem animal
Palavras-chaves: ozonização, contaminação, moluscos, inativação microbiana.
Resumo – Por terem um eficiente mecanismo de filtração, os moluscos bivalves podem acumular em seu organismo uma grande quantidade de bactérias, vírus entéricos e protozoários, o que pode ser caracterizado como um problema de saúde pública. Diante dessa problemática é necessária a utilização de um sistema de depuração aliado a um agente sanificante, como cloro, luz ultravioleta (UV) ou ozônio. O ozônio é um gás incolor de odor pungente, instável e parcialmente solúvel em água, que se destaca por seu elevado poder oxidante. É um forte agente desinfetante com ação sobre uma grande variedade de microrganismos patogênicos, apresentando uma eficiência germicida que excede a do cloro e da luz UV. Nos últimos anos vários estudos vêm mostrando a eficácia do ozônio como sanificante, em diversas áreas, como na desinfecção de água pra consumo, de produtos de origem animal e vegetal e em sistemas de depuração de moluscos bivalves. Desta forma, este trabalho demonstra o potencial da tecnologia do ozônio em sistemas de depuração de ostras como forma de agregar segurança ao produto para o consumidor final.
Introdução
Os bivalves têm como característica uma flora bacteriana muito rica devido ao seu eficiente mecanismo de filtração, sendo capazes de filtrar até 10 L/hora, consequentemente acumulando
inúmeros microrganismos provenientes da água onde são cultivados ou extraídos (Pereira, Nunes, Nuernberg & Schulz, 2006). Dessa forma, esses animais podem acumular, quando mantidos em
águas poluídas, grandes quantidades de bactérias, como as dos gêneros Salmonella, Escherichia e Shigella, vírus entéricos e protozoários, entre outros, o que os transforma em um problema de
saúde pública (Forcelini, 2009). O consumo desses moluscos na forma crua ou levemente cozidos agrava o problema.
Diante desta problemática é necessário utilizar métodos que diminuam a carga microbiana presente nos cultivo de moluscos bivalves. Entre estes métodos se destaca a depuração, que consiste na manutenção dos moluscos por um determinado tempo em contato com água limpa em condições controladas, a fim de que, através do processo de filtração, os patógenos presentes nos
tecidos sejam excretados nas fezes e pseudofezes (Richards, 1988).
Mesmo com a depuração ainda existe risco de contaminação, sendo necessário o uso em conjunto de sanificantes como cloro, ozônio e esterilização por meio de luz Ultra Violeta (Correa,
2006).
O ozônio já vem sendo utilizado na Europa, desinfetando água potável. Apesar de diversos registros relatarem aplicações comerciais como a esterilização de piscinas e engarrafamento de
água, no Brasil, o uso do ozônio para estes fins é quase nulo, sendo o cloro o sanificante mais utilizado nas indústrias, embora durante o seu manuseio possa ocorrer a formação de compostos
tóxicos produzindo contaminantes indesejáveis como, por exemplo formação de trihalometanos (Gonçalves, 2011).