Os efeitos do ozônio sobre os odores atuam de forma direta, principalmente na eliminação de odores desagradáveis e no fortalecimento do perfume natural das frutas. Embora o ozônio possua um cheiro característico, ele não atua mascarando odores, mas sim eliminando-os na origem. Isso ocorre porque o oxigênio atômico, formado durante a decomposição do ozônio, oxida de maneira imediata as moléculas responsáveis por odores indesejáveis, como a amônia e o etileno. Este processo de oxidação degrada as substâncias odoríferas em compostos inodoros, resultando em um ambiente mais limpo e fresco.

Um fator relevante é que a umidade do ar não interfere na eficiência desse processo, permitindo que o ozônio mantenha seu desempenho mesmo em condições de alta umidade relativa. Em câmaras de refrigeração, concentrações muito baixas de ozônio — entre 0,01 e 0,04 ppm — já são suficientes para proporcionar um ar fresco e agradável, eliminando completamente o mau cheiro. Essa característica é particularmente valiosa no armazenamento de produtos altamente perecíveis e com odores fortes, como peixes, onde o controle de odores é essencial para a manutenção da qualidade e da aceitação comercial.

Além do efeito desodorizante, o ozônio apresenta uma ação interessante sobre frutas aromáticas, como morangos, pêssegos e uvas. Observa-se que, na presença de ozônio, há uma intensificação natural do aroma, possivelmente porque o gás contribui para a formação e preservação dos compostos voláteis responsáveis pelas fragrâncias e sabores característicos. Assim, o tratamento com ozônio não apenas mantém as frutas livres de odores estranhos, mas também valoriza sua atratividade sensorial.

Nos pontos de venda, a esterilização do ar com ozônio desempenha um papel importante na preservação da experiência olfativa do consumidor. O tratamento impede que odores provenientes de materiais de embalagem — como caixas de madeira ou papelão — sejam transferidos para as frutas, um problema comum em ambientes refrigerados com umidade elevada, entre 85% e 90%. Com isso, garante-se que o aroma percebido pelo cliente seja exclusivamente o natural do produto, sem interferências externas.

Em síntese, a aplicação controlada de ozônio no armazenamento e exposição de frutas oferece benefícios duplos: elimina contaminantes odoríferos e potencializa a percepção positiva dos aromas naturais, contribuindo para uma melhor conservação e valorização comercial dos produtos frescos.