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O ozônio como germicida frente a fungos e bactérias
A ação do ozônio como germicida inicia-se pela oxidação de estruturas celulares essenciais, resultando em destruição funcional e estrutural dos microrganismos. No caso dos fungos, o ozônio atua inicialmente impedindo seu crescimento — sobretudo em fases iniciais de colonização — e posteriormente neutraliza as culturas já formadas, incluindo os esporos, estruturas altamente resistentes.
Em bactérias, especialmente as Gram-negativas como as do gênero Pseudomonas, o ozônio é altamente eficaz na superfície de alimentos e equipamentos. Sua aplicação em carnes refrigeradas demonstrou capacidade de inativar colônias superficiais, retardando o processo de deterioração e contribuindo para o aumento da vida útil do produto.
Estudos indicam que superfícies com umidade em torno de 60% favorecem a penetração do gás e promovem um “cansaço microbiano”, tornando os patógenos mais suscetíveis à oxidação. Este dado é crítico para o dimensionamento de sistemas de ozonização em câmaras frigoríficas e áreas de armazenamento.
O ozônio como germicida contra vírus e protozoários
A aplicação do ozônio também apresenta resultados expressivos na inativação de vírus, embora estes sejam geralmente mais resistentes que bactérias vegetativas. Sua ação é dirigida principalmente às proteínas do capsídeo viral, estrutura responsável pela fixação do vírus às células hospedeiras. Quando estas proteínas são danificadas pela oxidação, o vírus perde sua capacidade de infeccionar.
Em concentrações mais elevadas, o ozônio pode promover a ruptura total do capsídeo viral. Esta característica é especialmente relevante para vírus patogênicos com maior tempo de permanência no ambiente, ampliando o potencial do ozônio em protocolos de biossegurança.
No caso dos protozoários, a eficácia germicida do ozônio varia de acordo com a forma biológica. Os cistos — formas de resistência ambiental — apresentam maior tolerância à ação oxidativa do que protozoários livres, vírus ou bactérias vegetativas.
Considerações técnicas e recomendações
- Concentração do gás: doses mais altas são necessárias para estruturas resistentes.
- Tempo de contato: influencia diretamente a taxa de inativação microbiana.
- Umidade relativa: em torno de 60% favorece a penetração do ozônio.
- Temperatura ambiente: temperaturas mais baixas favorecem a estabilidade do gás.
- Tipo de microrganismo: cada grupo microbiano tem sensibilidade distinta.