A remoção de agrotóxicos na indústria de alimentos já é aplicada no tratamento de efluentes contaminados e na remoção de vestígios em grãos e FLV. A demanda por alimentos de qualidade tem crescido nos últimos anos, sendo observado, em função disso, um aumento das áreas usadas na agricultura, bem como um aumento do uso de insumos agrícolas para controle de pragas e aumento da quantidade e qualidade dos alimentos.
O uso indiscriminado desses insumos (fertilizantes, agrotóxicos e promotores de crescimento) e a não observância dos períodos de carência destes têm ocasionado a contaminação dos alimentos e consequentemente, a ingestão de resíduos dessas substâncias pela população.
A maioria dos países possui legislação e órgãos que regulamentam a quantidade máxima de resíduos permitidos em alimentos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o órgão responsável pelo estabelecimento desses limites máximos em alimentos comercializados.
Para monitorar a qualidade de alguns alimentos, foi criado pela ANVISA, em 2001, o Programa Nacional de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA). Esse programa publica desde então relatórios informativos sobre a qualidade de alimentos (frutas, hortaliças e grãos) consumidos no país. Segundo os relatórios publicados pelo PARA, alguns alimentos têm mostrado níveis de contaminação com agrotóxicos acima dos limites máximos permitidos pela legislação brasileira.
Isso ocorre porque a dissipação do agrotóxico no campo não foi suficiente. Além disso, tem sido detectada a presença de resíduos de princípios ativos não autorizados para determinadas culturas. O uso indiscriminado de agrotóxicos e a não observância dos períodos de carência faz com que alguns ingredientes ativos sejam detectados em concentrações acima do limite máximo de resíduo (LMR) em diversos alimentos.
Esses fatos, que também são do conhecimento do público não científico, tem gerado preocupação aos consumidores, que por sua vez criam “receitas” milagrosas com o objetivo de diminuir ou eliminar a contaminação dos alimentos. Mesmo no meio científico estudos realizados com as receitas populares mostram dados contraditórios e difíceis de serem avaliados com segurança.
Recomendações como lavar as frutas e hortaliças com água corrente ou por imersão em água e/ou soluções aquosas contendo diferentes substâncias são encontradas na literatura. Dessas recomendações pode-se afirmar que alguns tratamentos a que os alimentos são submetidos diminuem os níveis de contaminação.
Tratamentos como descascamento, cozimento, secagem, moagem, fermentação, lavagem, etc., podem diminuir a contaminação, mas é necessário um estudo mais cuidadoso dos processos para estabelecer a eficiência dos mesmos.
Uma de suas principais vantagens do uso do ozônio para a indústria alimentícia sobre os desinfetantes comumente empregados é a eliminação de agrotóxicos no alimento ou nas superfícies de contato utilizados na produção de alimentos sem a necessidade de enxágue.
Os tratamentos utilizando ozônio vêm sendo estudados como alternativa para descontaminação de alimentos, nos últimos anos, por apresentar uma série de vantagens como, por exemplo, o alto potencial de oxidação do ozônio mesmo em baixas concentrações.
A grande vantagem do ozônio é que ao reagir ou degradar agrotóxicos sem deixar resíduos no alimento. O efeito da aplicação de ozônio para descontaminação de alimentos deve ser avaliado pela presença de resíduos de agrotóxicos, de seus produtos de degradação e pela manutenção das características físico-químicas dos alimentos. Nesse sentido, técnicas de extração e análise de resíduos devem ser adaptadas e/ou desenvolvidas e a qualidade do alimento monitorada durante o período de armazenamento.
A tabela abaixo mostra a eficiência na remoção agrotóxicos com o ozônio:
Agrotóxico – Ingrediente Ativo | Eficiência do Ozônio na Remoção do Agrotóxico | Interpretação CONAMA n° 357 |
Priori xtra (200g/l azoxistrobina+80g/L ciproconazol) | 99,96% | Atende |
Lannate (215 g/L methomyl) | 99,95% | Atende |
Endosulfan nortox (350g/L endosulfan) | 99,71% | Atende |
Certero (480g/L triflumurun) | 99,79% | Atende |
Roundup wg (720g/kg Glifosate) | 99,86% | Atende |
DMA (806g/L 2,4-D) | 99,87% | Atende |
Cipermetrina Nortox (250g/L cipermetrina) | 99,61% | Atende |
Glicerina (adjuvante) | 98,03% | Atende |
Carben (500g/L carbendazin) | 99,98% | Atende |
Eminent (125g/L tetraconazale) | 98,40% | Atende |
Mospilan (200g/kg acetamiprid) | 99,95% | Atende |
Math (50g/L lufenuron) | 99,79% | Atende |
Mentox (600g/L parathion metílico) | 99,13% | Atende |
Gamit (500g/L clomazone) | 93,10% | Atende |
Trifluralina nortox gold (450g/L trifluralina) | 97,64% | Atende |
Diuron nortox (800g/L diuron) | 99,15% | Atende |
Dual gold (960g/L s-metolacloro) | 99,98% | Atende |
Karatezeon (250 g/L lambda cyhalotrin) | 96,80% | Atende |
As formas de uso do ozônio são normalmente a fumigação do gás nos alimentos ou a imersão dos alimentos em água saturada com o gás. Além de ser efetivo na remoção de contaminantes é desejável que o alimento mantenha suas propriedades físico-químicas após o tratamento com ozônio.
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Vivaldo Mason Filho é Administrador de Empresas e Especialista em Análise de Sistemas pela PUCCAMP, Especialista e Mestre em Engenharia pela USP. Empresário e especialista na implantação de ozônio para indústrias de alimentos. Atuou por 11 anos como Professor nos cursos de graduação e pós-graduação de Administração, Comércio Exterior e Engenharia de Produção. É atual vice-presidente da Associação Brasileira de Ozônio – ABRAOZÔNIO.