Tratamento de água de reuso com ozônio: eficiência e segurança
Tratamento de água de reuso com ozônio: eficiência e segurança

Tratamento de água de reuso com ozônio: fundamentos técnicos
Como agente biocida, oxidante clássico e pré-tratamento, o ozônio viabiliza desinfecção de alto desempenho e oxidação de poluentes inorgânicos (ferro, manganês) e orgânicos (compostos fenólicos, pesticidas, precursores de THMs), além de mitigar sabor/odor e elevar a biodegradabilidade de macropoluentes — o que melhora etapas subsequentes como coagulação, flotação e carvão ativado granular. Em linhas gerais, a tecnologia endereça diretamente DBO/DQO, contaminação microbiológica e variáveis críticas de potabilidade/processo, com meia-vida curta e sem residual químico na água tratada. Referenciais de mercado e literatura técnica sustentam tais aplicações e comparam as vantagens frente a cloro, peróxidos e UV, inclusive com menções à aprovação do uso de ozônio em água potável pela ANVISA.
Métricas que realmente importam
- DBO/DQO (baseline → meta): redução consistente indica maior remoção/oxidação de matéria orgânica; a relação DQO/DBO orienta a biodegradabilidade e o desenho de etapas subsequentes.
- CT e dose de ozônio: dimensionamento alinhado à carga orgânica/coloides, pH e temperatura para garantir “kill step” microbiológico e oxidação direcionada.
- SLA de qualidade e reuso: conformidade com padrões internos e normativos (alimentos, bebidas, fármaco) reduz riscos de desvios e CAPEX não planejado.
Tratamento de água de reuso com ozônio: performance operacional e escalabilidade
O design de alto nível contempla pré-tratamento (peneiramento/flotação), contato com ozônio (ejetores/venturi, difusores finos, micro/nanobolhas), tancagem com tempo de residência e polimento final (areia/carvão/UV) conforme a qualidade alvo de reuso (lavagens, CIP, resfriamento, utilidades).
Alavancas de performance
- Oxidação segmentada e sinérgica: metais (Fe/Mn) e orgânicos recalcitrantes; AOPs (ozônio + UV/H₂O₂) quando aplicável.
- Desinfecção de alto impacto: tempos de contato curtos e sem residual clorado, reduzindo corrosão e passivo químico.
- Integração multietapas: aplicação antes da filtração (otimizando GAC), no meio (sabor/odor) ou ao final (desinfecção), conforme o mapa de risco.
ROI, OPEX e TCO
- OPEX menor: menos químicos e intervenções corretivas.
- CAPEX escalável: módulos dimensionados por vazão/carga com ganhos de disponibilidade.
- ESG material: reuso interno, menor captação e descarte; indicadores sólidos para auditorias.
Roadmap de implantação e governança da qualidade
- Diagnóstico técnico: perfil da água (DBO/DQO, turbidez, pH, microbiologia) e usos alvo do reuso.
- Piloto A/B: variação de dose/tempo de contato e análise estatística de ganhos por etapa.
- Engenharia: seleção de geradores, contatores, materiais, intertravamentos e sensores de off-gas.
- PCCs e POPs: dose, ORP, integridade de barreiras, calibração e manutenção preventiva.
- Compliance e segurança: ventilação, detecção ambiente, LOTO e treinamento de times.
Checklist executivo myOZONE
- Meta de reuso por linha e baseline DBO/DQO definidos.
- Piloto validado com ganhos de qualidade, microbiologia e OPEX.
- Projeto com redundância, PCCs e plano de segurança implementado.
- KPIs ESG: m³ reaproveitados, químicos evitados, emissões evitadas.
O tratamento de água de reuso com ozônio é a alavanca que sua indústria precisa para otimizar processos e atender aos desafios da governança hídrica. É uma tecnologia que une sustentabilidade e rentabilidade, reduzindo custos e riscos operacionais.
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Referências Bibliográficas
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