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Ozônio em bebidas: uma abordagem para qualidade da água e sustentabilidade
Na indústria de bebidas, a água não é apenas um insumo – é um ativo estratégico. Presente em praticamente todas as etapas do processo produtivo, seu uso vai desde a formulação até operações críticas como:
- lavagem,
- pasteurização,
- resfriamento,
- CIP
- rinse de embalagens.
A aplicação de ozônio no tratamento da água destinada à produção de bebidas assegura a eliminação de contaminantes microbiológicos e melhora parâmetros físicos e químicos, como turbidez, cor e sabor. Além disso, o ozônio permite a reutilização segura de águas de processo e condensados, reduzindo drasticamente o consumo de água potável e o descarte de efluentes no meio ambiente. Essa prática está alinhada às metas ESG e de economia circular exigidas pelas grandes corporações e organismos reguladores.
Benefícios do ozônio na produção de bebidas
O uso do ozônio em bebidas estende-se também ao controle sanitário de superfícies, tubulações, tanques e válvulas, otimizando os processos de CIP (Clean-in-Place) com resultados superiores na remoção de biofilmes e sem necessidade de enxágue. Isso se traduz em ganhos de produtividade, menor uso de insumos químicos e aumento da vida útil dos equipamentos.
Nos laticínios, por exemplo, o ozônio é amplamente adotado para a esterilização de ambientes e equipamentos, prolongando a validade do leite e de seus derivados. Em cervejarias, sua aplicação evita a formação de subprodutos indesejáveis, como clorofenóis — comuns quando se utiliza cloro na presença de resíduos fenólicos — que prejudicam o sabor e aroma das bebidas.
Além disso, o ozônio atua sem deixar resíduos tóxicos ou persistentes, o que o torna especialmente atrativo para fabricantes que buscam atender às regulamentações internacionais de segurança alimentar e minimizar riscos de contaminação cruzada.
Aplicações específicas do ozônio em diferentes tipos de bebidas
Vinhos: refinamento sensorial e sanitização de barris
O ozônio em bebidas como o vinho tem se mostrado eficaz não apenas na higienização, mas também na melhoria sensorial do produto. Estudos demonstram que a aplicação controlada de ozônio pode acelerar o envelhecimento, intensificar a coloração, potencializar o bouquet e evitar turbidez, favorecendo a estabilidade e complexidade do vinho. Simultaneamente, o ozônio é empregado para sanitizar garrafas, barris de carvalho, bombas e tubulações, garantindo a integridade microbiológica da bebida durante o envase e armazenamento.
Sucos, refrigerantes e águas minerais: garantia de pureza e qualidade
Muitas indústrias utilizam águas subterrâneas, como as de poços artesianos, para a produção de sucos e refrigerantes. Embora essas águas sejam biologicamente seguras, podem apresentar coloração indesejável proveniente de compostos naturais do solo. O ozônio é altamente eficiente na oxidação de matéria orgânica e ferro dissolvido, removendo essas tonalidades e entregando um produto final com aparência e sabor mais puros.
Além disso, a ação oxidante do ozônio permite que essas bebidas permaneçam estáveis por períodos que variam de 4 a 8 semanas, atendendo à exigência logística de armazenamento e distribuição sem comprometimento da qualidade.
Comparativo com métodos convencionais
Diversos métodos já foram utilizados na indústria de bebidas para desinfecção e tratamento de água, incluindo radiação UV, cloração, uso de prata coloidal e filtragem. No entanto, o ozônio apresenta superioridade comprovada, especialmente por sua capacidade de inativar uma ampla gama de microrganismos (vírus, bactérias, fungos, protozoários e ácaros) em tempo reduzido, com eficiência superior e sem deixar resíduos.
Além disso, o ozônio atua como um biocida de amplo espectro e é reconhecido internacionalmente por órgãos reguladores como FDA (EUA), EFSA (Europa) e ANVISA (Brasil), o que contribui para sua ampla aceitação em auditorias e certificações.